A cidade do Rio de Janeiro proporciona grande acesso aos espaços culturais. Nas periferias, esse acesso é comprometido pela discriminação relacionada a aspectos sociais, econômicos e culturais. Isso reverbera nos modos de interação de diferentes grupos culturais e sociais, dificultando o reconhecimento e a valorização da diversidade, em relações de desrespeito que levam à exclusão e geram conflitos sociais.
A partir dessa percepção e de experiências vividas pelos integrantes da equipe, surgiu a ideia do jogo Sururu. A proposta é criar um ambiente que facilite o diálogo, estimule a troca de informações e proponha a reflexão, a produção de conteúdos e conceitos sobre temas considerados tabus e assuntos polêmicos, como drogas, feminicídio, LGBTfobia, machismo, racismo, saneamento básico e violência.
O jogo foi criado como um experimento no laboratório de projetos sociais Proliferantes. O projeto prevê a produção de um material piloto e a criação de um site que dará visibilidade às ações do jogo, como seus resultados e divulgação de possibilidades de auto-sustentação. Será disponibilizado um link de financiamento coletivo e doações. Em busca de sustentabilidade, o grupo oferecerá consultoria para diferentes instituições adaptarem o uso do jogo.
A intenção é estimular a interatividade entre os participantes. Quanto mais pessoas conhecem o jogo, em mais lugares ele se dissemina, incentivando o debate e o respeito a opiniões. O Sururu pode ser jogado por qualquer grupo em qualquer lugar. O jogo gera liberdade de expressão por meio do exercício da comunicação, no respeito da fala e da escuta com descontração. A partir de instruções gerais sobre como jogar, o grupo define coletivamente os procedimentos e estratégias, gerando reflexões como complemento de pensamentos e não como disputa de valores.
EQUIPE
Paulo Oliveira, 21 anos, militante do movimento negro e LGBT, morador da Baixada Fluminense e estudante de Fotografia e Iluminação Cênica na Escola de Artes e Tecnologia Spectaculu. Participa do projeto multiplicador Proliferantes na Oi Kabum!
Rachel Guimarães, 21 anos é formada em Iluminação Cênica na Escola de Artes e Tecnologia Spectaculu, em 2012. Vídeo na Escola de Arte e Tecnologia Oi Kabum! Participa do projeto multiplicador Proliferantes na Oi Kabum! Moradora da Baixada Fluminense, feminista e em respeito da democracia, fora Temer.
Pedro Ryan, 24 anos, paraibano acostumado com o Rio, artista por vocação e colecionador de bolinha perereca. Quase formado em História da Arte, também outras formações concluídas, Fotografia na Oi Kabum!, gravura na EAV-Parque Lage e animação no Estúdio Escola. Interessado em Física Quântica, Astronomia e discografia do Raça Negra.
Carolina Lopes, 21 anos, rapper e cantora de R&B e neo Soul. Formada em Motion Design e Design Sonoro na Oi Kabum! Rio. A curiosidade a levou a estudar inglês, informática e artes cênicas, e a paixão a viver a música, cores, sentimentos e pessoas, especialmente a Rihanna.
Alan Paixão, 22 anos de muita correria. Cineasta por amor, cozinheiro por curiosidade, escritor de graffiti nas horas vagas, outras coisas por necessidade. Formação em cinema pelo Cinema Nosso, motion design pela Oi Kabum.
Milton Educado, 25 anos de consciência de ser um Ser Inacabado. Desde moleque envolvido em ações socioculturais. Educador em arte e tecnologia. Autodidata em audiovisual. Design gráfico pela Oi Kabum! Rio. Perambulou pelos projetos Estética Central, Oi Kabum Imagine-se, Visões Periféricas. Articulador nos Projetos Reciclação e Núcleo Multimídias Periféricas.